Efeito cascata

Posted by Dallas Diego On 10 de janeiro de 2011 Comments
Acompanhamos a elevação dos salários dos Deputados Federais em dezembro de 2010. A medida causou "ciúmes" nos Deputados Estaduais de Alagoas, que consequentemente votaram e aprovaram o próprio aumento salarial, chegando a ficar em 20 mil reais.

As Câmaras Municipais tem seus salários ligados ao dos Deputados Estaduais podendo variar de 20% a 75% dos vencimentos dos Deputados, a depender do tamanho do município.

O Ex-Presidente do Legislativo de União dos Palmares, Sr. Edvan Correia, conhecido como "Bobo", em entrevista no programa Mesa Z da Rádio Zumbi FM, declarou que está sendo pensado o aumento, atingindo o máximo valor previsto. Os salários dos vereadores de União poderá chegar à 9 mil reais por mês, isso na próxima legislatura (2013), pois a lei veda o aumento na mesma legislatura.

União, de acordo com a Constituição Federal, pode ter até quinze vereadores por causa do número de habitantes. Hoje a Câmara Palmarina é composta por dez vereadores, esse número poderá ser elevado segundo o vereador "Bobo".

Alguns estudos indicam que os aumentos nas Câmaras Municipais do Brasil poderá chegar à R$ 1,8 bilhão nas contas dos municípios na próxima legislatura.

Enquanto isso, o salário mínimo fica em R$540,00
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Desastre das Águas : A Esperança Continua - Cidade de União dos Palmares

Posted by Dallas Diego On 3 de janeiro de 2011 2 comentários
A última postagem da série "Desastre das Águas - A Esperança Continua" é sobre a cidade de União dos Palmares. Percorri alguns pontos da cidade nos dias 28 e 29/12.

União dos Palmares, a maior cidade da Zona da Mata alagoana, sofreu danos em mais de um ponto, sendo assim, uma das mais prejudicadas com a enchente, podemos citar como pontos principais, a região do Rio Mundaú e o Riacho Cana Brava.



Podemos ver imagens do Riacho Cana Brava, que corta a Avenida João Lyra Filho no bairro Roberto Correia de Araújo. No dia da enchente toda essa área ficou submersa, causando pânico e surpresa aos moradores, até então não esperavam que a água subisse tanto.

Alguns pontos comercias dessa região foram afetados, como postos de gasolina, bares, oficinas e laticínios, inclusive acarretando o fechamento de uma unidade. Ao longo do dia, com o nível da água baixando, apareceram alguns corpos nesta região. Também houve tentativas de saques em uma unidade que processa achocolatados.



Agora podemos ver o vazio que restou na conhecida Rua da Ponte, região mais afetada da cidade. A ponte teve uma das cabeceiras totalmente destruída, causando lentidão no socorro as vítimas que ficaram isoladas do centro da cidade. Muitas pessoas não deixaram suas casas e vieram desaparecer junto com elas, outras se abrigaram em uma fazenda, onde restou as últimas casas da rua.

União passou por dias difíceis após a enchente, alguns comerciantes elevaram os preços de mercadorias, agindo de má fé para com a população, além de pequenos furtos ocorridos nas áreas atingidas.

Hoje na região da Rua da Ponte não poderá mais haver contruções e também ligações de energia, para evitar novas perdas humanas e materiais caso ocorra mais alguma enchente.



O blog visitou alguns abrigos na cidade, este fica no Ginásio de Esportes. Abriga algumas famílias que não foram para as barracas.

Conversando com alguns moradores, os mesmos disseram que a prefeitura já não ajuda mais. "A cesta básica básica foi distribuída pela última vez." Disse uma moradora. Segundo informações, neste abrigo não são servidas as quentinhas. Vem médico aqui? "Aqui veio um certa vez, mas não atendeu porque o diretor do ginásio não abriu a sala." Afirmou outro morador.

Disseram também que o relacionamento entre os moradores do local é bom, apenas alguns passam do ponto na bebida uma vez ou outra, mas não tem confusão. "Chega a ser diversão ver as mulheres correndo atras dos maridos quando estão bebendo." Disse uma mulher rindo à tôa.

Este é o portal de entrada de outro abrigo que fica localizado às margens da BR 104 no Bairro Roberto Correia de Araújo, vizinho a Casa da Sopa, órgão pertencente a Prefeitura Municipal.



No local está sendo construído novos ambientes para a utilização dos desabrigados. Novos banheiros e uma área para ser utilizada como salão de jantar, segundo informações dos moradores.



A situação das barracas, além do calor insuportável, que é unanimidade entre as principais reclamações de quem nelas habitam, estão com problemas nas lonas. Estão rasgando e o piso está com buracos, devido aos pedregulhos que foram colocados no terreno. Um morador disse que quando chove, entra água na sua barraca, tanto pela lona, quanto pelo piso.

Iniciei um diálogo com esse simpático morador. Ao ser perguntado como estava a situação no local, ele foi claro ao dizer que não estava mil maravilhas, porém era a única opção que existia no momento.

"Não tenho trabalho, creio também que não consigo por causa da minha idade. Cato lixo reciclável para sobreviver e não tenho vergonha disso. Queria poder pagar aluguel e sair daqui. Moro com minha mulher e duas crianças, no dia da enchente, carreguei uma nos ombros com a água no meu peito. Estou aqui fazendo uma reforma no meu barraco com umas tábuas que consegui no centro."
E vigilância tem aqui? "Bom, isso tem sim, mas ninguém vai se meter em briga dos outros. Aqui é calmo, é melhor que no outro abrigo do "Castelo". A polícia vem sempre aqui." Encerra.

Ao buscar informações com a Secretária de Assistência Social, Srª. Lídia Campos, a mesma informou que a situação está normalizada na parte social do município. Informou também que a distribuição de cestas básicas se encerrou em dezembro, e que o município não ofereceu o aluguel social por que o estado de emergência só estava previsto para seis meses e logo após não se poderia fazer nada em relação aos pagamentos.



Outra região atingida foi a Rua do Juazeiro, mas os moradores retornaram para o local e hoje moram em barracas construídas com lona e madeira. A energia foi cedida por um fazendeiro que possui uma fábrica de vidros em Maceió, segundo informações dos moradores.

As pessoas que moram nesse local, disseram também que não receberam nenhum tipo de ajuda por parte da municipalidade, além de quentinhas. Não querem ir para os abrigos por que lá é pior do que onde estão. "Pelo menos aqui é fresquinho e temos o rio bem aí pra lavar e tomar banho"



Outra grande preocupação dos moradores da Rua do Juazeiro é a altura do mato no local. Uma moradora disse que para ir ao comércio tem que esperar passar muita gente pelo local, caso contrário corre-se o risco de ser assaltado ou até msmo acontecer coisa pior com alguma mulher.

Já procuraram a Secretaria de Obras para informar sobre o matagal e nada foi feito até agora. Isso prova o quão esquecidos está esse povo.


União dos Palmares, foi a cidade onde os principais serviços básicos, como água, luz, telefonia foram reestabelecidos com mais rapidez, provando assim a importancia do município para a Zona da Mata alagoana.

O que mais me deixa triste, é falta de atenção dos órgãos e pessoas competentes para resolver tais questões. Acham que são donos da situação e querem ver pessoas se humilhando por serviços aos quais são pagos para fornecer, e bem! Me envergonho de ver a "Terra da Liberdade" nesta situação deplorável, onde quem perdeu as casas, que se danem!

Encerro aqui esta série de postagens, espero que tenham surtido algum efeito, pois o povo alagoano necessita morar com dignidade e acima de tudo ser tratado com respeito.

Material de trabalho: Máquina fotográfica
Despesa: R$4,00

Dallas Diego
CadernoB
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