Feliz Ano Novo

Posted by Dallas Diego On 31 de dezembro de 2010 Comments

Este ano está se despedindo e deixando saudades.
Tenho certeza que se você observar atentamente tudo que passou no decorrer deste ano, terás muito a agradecer.

Pegue todas as derrotas
e transforme-as em pequenas batalhas
que no confronto com a vida,
você deixou de vencer,
mas que certamente,
a guerra já está ganha,
visto que chegou até aqui
e está apta a receber um novo ano
com seus desafios e incógnitas,
e viver muito cada segundo desta esplêndida jornada,
que DEUS está a lhe proporcionar com novas esperanças.

Somos vencedores,
conseguimos superar mais um ano,
enquanto tantos ficaram pelo caminho.

Feliz Ano Novo,
seja muito,
mas muito feliz.

E você merece muita paz,
saúde, amor, prosperidade
e tudo de bom que a vida possa te ofertar.

Na maioria das vezes,
depende sómente de nós alcança-la,
de acordo com nossas escolhas
e dos caminhos que porventura decidimos percorrer.

Que 2011, seja um ano de realizações e que seja um ano repleto de felicidades!
São os votos do CadernoB para todos os leitores e amigos!

Dallas Diego
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Desastre das Águas : A Esperança Continua - Cidade de Santana do Mundaú - AL

Posted by Dallas Diego On 27 de dezembro de 2010 Comments

Na penúltima postagem da série "Desastre das Águas - A Esperança Continua", o blog visitou Santana do Mundaú - AL, no dia 22/12/2010. Santana do Mundaú tem algumas coisas diferentes dos outros municípios atingidos pela enchente. O município é conhecido nacionalmente por ser um dos maiores produtores de laranja lima.

O centro da cidade ainda continua com escombros, por ser uma cidade onde a maioria da população é carente, as obras para fazer as devidas reformas nas residências e pontos comerciais ainda não iniciaram.


Alguns prédios públicos ficaram totalmente ou parcialmente destruídos, causando danos a população Santanense. A exemplo do Mercado Municipal, a Secretaria de Educação, alguns PSF's, além dos Correios e algumas farmácias.



Algumas pessoas relataram ao blog que a situação está muito difícil em Santana do Mundaú. "Das casas, restaram só a frente, o resto foi ao chão. Não está sendo fácil reconstruir." Diz um morador. E a municipalidade, ajuda em alguma coisa? "Até agora não chegou ajuda nenhuma, muitas pessoas estão em casa de familiares ou por aí nos colégios." Encerra.


Na parte da Educação, a cidade perdeu algumas escolas. Hoje, os estudantes assistem aulas em uma escola provisória, feita de madeira.


O funcionamento da escola é dado em horários especiais, pois o espaço acomoda várias turmas das escolas que foram afetadas. O calor é insuportável, mesmo sendo cobertura de telhas de barro. Uma funcionária disse que a merenda está sendo servida normalmente e que o ano letivo de 2010 só terminará em 2011, mesmo com os vários projetos pedagógicos, feitos para o cumprimento da carga horária.


A ponte que cruza o Rio Mundaú ainda continua com alguns problemas, a exemplo da falta de corrimão. Como pode-se ver na imagem ao lado. O nível do rio nesse ponto, não passa de um metro de altura, assim como em vários lugares do Mundaú na cidade.

Santana do Mundaú também perdeu os lugares para a prática de esportes. Os dois campos de futebol usados pela população ficaram totalmente destruídos. Várias dunas de areia se formaram ao longo do gramado.


Para não perderem a diversão, a população do Bairro Cohab improvisou um campinho no meio do Rio Mundaú.


Perguntando a outro morador como está a situação da cidade, ele disse: "Até agora a promessa do governante, era mudar a cidade para uma fazenda chamada Jussara, que lá escolheram 100 hectares de terra, mas só dá pra construir em 30 hectares, segundo informações deles. Mas até agora não foi construído nada, só são promessas e o pessoal está reconstruindo tudo no mesmo lugar. Ninguém está acreditando nisso." E as barracas, foram montadas aqui? "Sim, mas o problema se encontra nelas também. Armaram quase 500 barracas aqui, mas ninguém foi morar nelas porque não aguentam o calor, não tem assistência alguma, falta água, como que vão morar nelas." E as cestas básicas? "Não, não. Já parou a distribuição de cestas aqui. As pessoas fazem manifestações constantemente aqui, em busca de cestas básicas, auxílio aluguel e querem que seja resolvida logo essa situação." Encerra.

O blog quer saber do Prefeito de Santana do Mundaú, Sr. Marcelo Souza, como está os serviços básicos de Saúde, Educação, alimentação, água e segurança.

"Olha, não vou dizer que está 100%, mas digo que está começando andar no caminho certo."

Tive informações que os desabrigados não estão reebendo auxílio da Prefeitura, isso procede? "Essa informação não procedem, estou sempre em contato com eles. Estamos dando preferência as pessoas que estão nos abrigos, porque várias pessoas já voltaram para suas casas. Estamos elaborando cestas básicas para ainda serem entregues esse ano. Na parte da educação, estamos com uma escola provisória, logo mais será contruída novas escolas na região da Faz. Jussara, onde vai ser a nova cidade."

E as barracas? "Nas barracas não tem ninguém morando, está havendo resistência da população. Lá é muito quente, o pessoal passa mal. A montagem das mesmas, é feita pelo Governo do Estado."

"Na questão da saúde, asseguro que não somos 10, mas dentro de três meses estaremos chegando perto, pois nenhuma cidade é 10 em saúde. Temos um hospital de campanha, que é gerenciado pelo Estado. Estamos lutando para que esse hospital não saia daqui nem tão cedo, pois sua saída irá complicar ainda mais a situação da saúde. Nosso sistema de abastecimento de água potável está normalizado, nossos moradores não pagam tarifas pelo uso do serviço."

"Queria desejar à todos os leitores do CadernoB, aos Santanenses, alagoanos que em 2011 seja bom para todos. Inclusive as cidades atingidas, porque não é fácil, desde 18 de junho pra cá a população sofrendo, várias pessoas já morreram por causa de depressão. Quero desejar para todos um 2011 melhor e a gente também tentar não agredia a natureza, não fazer o que estamos fazendo. A resposta dela, é essa que vivenciamos em junho." Encerra o Prefeito Marcelo Souza de Santana do Mundaú.

Visitei o Bairro da Cohab, onde se encontram algumas barracas montadas. Lá não existe ninguém morando nelas, segundo os moradores da localidade, nunca foram usadas.


Santana do Mundaú, mesmo sendo rodeada por serras, é uma região que faz um calor insuportável, sendo mais quente que Murici e Branquinha, essa foi a impressão que tive ao adentrar em uma das barracas vazias.

Ao visitar um dos Colégios da cidade, me deparo com desabrigados e estudantes no mesmo ambiente. Segundo alguns alunos, atrapalha um pouco, pois várias crianças passam gritando pelas salas de aula.

Uma desabrigada me informa que não sai de lá para as barracas, as pessoas não querem ir por que não tem estrutura para abrigá-los.

"Moço, esqueceram de nós, aqui não chega nenhuma ajuda, nem da prefeitura, nem de doações externas. Não vamos sair do colégio para morar naquelas barracas quentes, se nos explusarem daqui, vamos colocar fogo nas barracas e invadir novamente a escola." Diz a moradora.

Algumas funcionárias da Saúde, se queixaram que não estão recebendo nenhum incentivo por parte da Prefeitura, até a limentação foi cortada e hoje estão pagando pelo almoço. Informaram também que alguns médicos não pretendem renovar o contrato para o atendimento no hospital de campanha em 2011, poiso município não oferece suporte para um bom trabalho.

O hospital de campanha funciona na entrada da cidade, na quadra municipal.


Santana do Mundaú foi o lugar onde passei toda a minha infância, nas idas à casa da minha vó. Conheço muito bem essa região, e escrever sobre o desastre é bem complicado. Fico sempre com as boas lembranças de Mundaú. O campo e a quadra, a praça e as ruas da cidade por onde me divertia com os amigos. Hoje a população está indo embora para os grandes centros, a cidadezinha vai ficando menor ainda...

Outras imagens:


Material de trabalho: Gravador de áudio e máquina fotográfica
Despesa com a viagem: R$10,00

Dallas Diego

CadernoB

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Lançada campanha de doação de livros para Murici

Posted by Dallas Diego On 25 de dezembro de 2010 Comments

Foi lançada uma campanha no Twitter, pela doação de livros para a biblioteca pública da cidade de Murici (Biblioteca Mozart Damasceno). A mesma foi atingida pelas enchentes do mês de julho e teve parte de seu acervo destruído.

O poeta Cícero Gomes, natural da cidade, começou a campanha através das hashtags #doelivrosmurici. Quem desejar contribuir, deve encaminhar as doações para a Secretaria Municipal de Educação de Murici aos cuidados de Maria da Glória e/ou IFAL/Murici aos cuidados do Professor e blogueiro do Painel Notícias Alexandre Fleming.

Para estimular a doações, o cidadão de Murici criou uma poesia, sobre a situação da biblioteca.

Murici

O Rio Mundaú
transbordou
entrou na cidade
derrubou casas
escolas
fez nosso povo gemer de dor.
Destruiu:
A Escola Juvenal Lopes de Omena
Creche Menino Jesus de Praga
Câmara municipal
Casa paroquial
Escola de segundo grau Professor Loureiro
A Biblioteca Mozart Damasceno
perdeu todo seu acervo
e 2400 famílias perderam suas casas.
As famílias não só perderam
casas
perderam seus pertences
a mémoria de suas vidas
expostas em rôtas
fotografias.
A economia de Murici
foi abalada
(até hoje sofrem
os pequenos comerciantes)
Milhares de pessoas ainda vivem
sob quentes barracas.
Sou filho desta terra sofrida de
pessoas de coragem e trabalho.


O CadernoB adotou essa ideia e torce muito para que a Biblioteca Mozart Damasceno esteja em funcionamento o mais breve possível.

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Feliz Natal

Posted by Dallas Diego On 24 de dezembro de 2010 Comments

São os votos do CadernoB à todos os leitores!!

Dallas Diego
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Desastre das águas: A esperança continua - Cidade de Murici

Posted by Dallas Diego On 21 de dezembro de 2010 2 comentários
Na segunda postagem da série "Desastre das águas: A esperança continua" , o blog visitou no dia 17/12 a cidade de Murici - AL.

Não é tão difícil encontrar o local atingido pelas águas revoltas do Rio Mundaú, pois vários prédios ainda estão parcialmente destruídos e os entulhos ainda ficam à mostra pelas ruas de Murici.

Justificar

A sujeira na cidade ainda perdura. O vazio exposto, revela onde existiam casas e prédio públicos, além de vários pontos comerciais, que hoje buscam a parte alta da cidade e afastada do Rio Mundaú para se instalarem.

Conversando com a dona de uma mercearia, ela me informa que o comércio está um pouco frio na região atingida pela enchente.

"A feira agora não é mais aqui em baixo, isso atrapalha um pouco, mas ainda tenho meus clientes. Quem deve vem pagar, também tem as pessoas que passam por aqui e levam algo do mercadinho. Infelizmente tem gente que "esqueceu" que devia depois da enchente."

Na parte central da cidade, o comércio não foi atingido pelas águas do Mundaú, mas alguns comerciantes relataram que no primeiro momento os negócios estavam mal. "Vários clientes perderam tudo, dessa forma não poderiam mover a economia da cidade, mas hoje estão voltando as normalidades." Afirma um comerciante.

Andando mais um pouco, mais escombros surgem como em um cenário de bombardeio.


"A parte baixa da cidade está esquecida, é entulho e mais entulho, que não serve pra nada além de ser criatório de ratos e escorpiões." Diz uma moradora.

Paro um pouco e converso com uma mulher que não permitiu ser fotografada. Como anda a cidade? Pergunto. "Está melhorando aos poucos. Temos algumas dificuldades em alguns pontos, a saúde não está muito bem e a educação está se regularizando, pois perdemos algumas escolas aqui em baixo. Mas o que está ruim mesmo é o pessoal das barracas, graças à Deus que não precisei ir pra lá, fiquei em casa de família. Hoje já estou retornando pra minha residência, fiz uma breve reforma e estou morando nela novamente."

A moradora mostra uma casa vizinha a sua. "Aqui Eu uso para estender roupas e guadar algumas coisas. Os vizinhos ainda não voltaram, mas muitas pessoas já retornaram aqui pra rua. Olha onde estão as marcas. " Ela aponta e diz que o posto médico também foi prejudicado e ainda não reabriu. "Esperamos que volte a funcionar logo". Completa.





Posto Médico danificado pela enchente. Por se tratar de uma unidade de saúde, o poder executivo já deveria ter feito os reparos necessários, para que o funcionamento voltasse ao normal. A queixa da moradora em relação a precariedade da saúde, fica confirmada neste registro fotográfico.

Outros prédios públicos danificados são o mercado público e a antiga instalação do Banco do Brasil que funcionavam próximos as margens do Rio Mundaú.


Duas escolas de Murici foram atingidas, a escola Estadual teve seu prédio condenado pela defesa civil e a escola pertencente ao Município foi completamente devorada pela força da água, restando apenas este descampado.


Outra grande perda para educação de Murici, foi a destruição do acervo da Biblioteca Municipal. Alguns twitteiros lançaram uma campanha para que as pessoas doassem livros para recompor o novo acervo da biblioteca.

Atitude nobre de pessoas que querem ver o progresso na cidade.


Quem quiser fazer doações, deverá encaminhar os exemplares para a Secretaria Municipal de Educação de Murici, aos cuidados da Srª. Maria da glória ou no IF-AL/Capus Murici com o Professor Fleming.

O site Painel Notícias lançou a campanha no dia 20/12/2010.




A Câmara de Vereadores de Murici também não suportou a força da água e desabou completamente. Era localizada próximo a escola municipal que desabou, ficando um vazio mórbido na localidade.

Hoje o Poder Legislativo está situado próximo a Predeitura, e por curiosidade é ao lado da residência do Presidente do Legislativo.

As quadras esportivas municipais também foram atingidas, restando apenas o piso. Hoje os moradores improvisam as traves para jogar futebol.

Essa área, era um "complexo" que abrigava a Câmara de Vereradores, Escola Municipal e as quadras esportivas.

O Sr. Washington, funcionário da Secretaria de Educação de Muricinos concedeu uma entrevista. A princípio indago sobre o dia da enchente.

"A enchente pegou a cidade de surpresa, no dia Eu estava em Maceió e recebi uma ligação que a água estava
subindo muito rápido. Começamos a rirar as coisas por volta das H18:30, não dava pra tirar tudo, priorizamos os eletrônicos e os documentos, deixamos muitos eletrodomésticos na casa.

O centro da cidade congestionou por conta da correria. Estava chovendo muito por volta das H20:00 e quando faltou energia, nesse apagar das luzes, creio que as pessoas entraram em pânico. Em dez minutos, a água tinha subido dez centímetros.
Eu fiz uma estimativa que em uma hora e meia o volume d'água iria subir 1,5 metros, isso às H22:00.

Cheguei em casa às H23:15 e fui dormir, quando foi H23:45 a água já tinha subido 2,5 metros, subiu além da média que Eu fiz. Foi uma madrugada horrível, eu saí da água às H4,30 ajudando meus vizinhos e amigos. Nossas coisas foram ficando amontoadas nas ruas. Nesse dia ninguém dormiu. Muitas pessoas perderam tudo, escutavamos gritos das pessoas descendo, ouviamos os prédios desabando."


Houve um aviso prévio da Defesa Civil? "Com relação ao aviso, como Eu estava em Maceió, não tenho ciência disso, mas creio que o aviso demorou a chegar por conta de não existir um sistema que faça uma previsão dessas enchurradas. Pela gravidade da enchente, graças à Deus não morreu mais gente."

E hoje como está a cidade? "A cidade recebeu uma ajuda, as pessoas que não tem seus imóveis estão nas barracas, mas questão de suporte, acho que não está deixando a desejar. Recentemente chegou uma carreta de donativos, sempre estão ajudando. Quem pode, está fazendo algo para voltar a vida ao normal e quem não pode, fica esperando ajuda externa."

E as escolas, como realocaram os alunos? "As escolas estão funcionando com horários especiais para acomodar os alunos das escolas destruídas, até porque não temos espaço suficiente para alojar todos."

E a parte social? "A parte social tem prestado um ótimo serviço, cadastrei os desabrigados e tive o cuidado para não haver duplicação, apesar do pouco tempo que tivemos, pois a ajuda precisava vir e essa informações eram de grande valia. Foram quase duas mil pessoas afetadas."

"Não foi o rio que invadiu a cidade, fomos nós que invadimos o rio." Encerra.

O sistema de abastecimento de água em Murici está normalizado. Água potável saindo pelas torneiras, de acordo com essas simpaticas pessoas.

Agora deixo o centro de Murici e vou de carona com o companheiro Fleming até as barracas. Lá as coisas são diferentes, põe diferentes nisso!



Minha chegada é na mesma hora do caminhão que entrega os alimentos. As pessoas começam a se aglomerar à espera da quentinha. Levam baldes, bacias para auxiliar no trasporte. Pegam para muitas pessoas que moram em uma única barraca.


Quando me avistam tirando fotos, alguns moradores exibem suas quentinhas para serem fotografadas. "Moço, isso aqui não é comida pra gente não, nem meu cachorro come isso." As quentinhas são distribuídas com a apresentação de fichas que são recolhidas pelos funcionários e entregues logo após a distribuição.


As quentinhas que sobram são disputadas por pessoas que moram na "Portelinha", comunidade ao lado de onde estão montadas as barracas. Ficam a espera e torcendo que sobrem, pois poderá ser a única alimentação do dia. Quando pergunto sobre a qualidade da comida, uma moradora da "Portelinha" me diz: "Meu filho, a gente não pode reclamar não, não temos nada além disso." E a fila continua...


Enquanto na cidade as torneiras jorram água, nas barracas o horário é curto. "Quem usar, usou, quem não, tem que esperar o próximo horário." Disse uma moradora. A falta de espeito com ser humano é totalmente visível nesse acampamento. Já não bastasse a péssima alimentação, ainda há hora de funcionamento das torneiras e chuveiros. Fornecem o mínimo para pessoas que precisam do máximo.

Sou acompanhado aos banheiros por uma moradora. Ela confidencia que a sujeira é provocada por quem mora lá, por pessoas que não tem o bom senso de limpar o que faz e mostra fezes no chão do banheiro feminino.
"Isso aqui pode adoecer qualquer um, o cheiro é insuportável."

A mesma moradora me convida para mostar sua barraca. "Aqui moço, moro com a minha filha. Essa televisão que você está vendo, foi minha patroa que me deu, sou muito grata a ela. Fiz um aborto esses dias porque como você está vendo, as situações aqui são mínimas para Eu criar um filho. Não posso procurar emprego porque podem roubar minhas poucas coisas. Aqui é assim."

Quando estou indo embora, um menino me chama dizendo que uma mulher quer falar comigo. Sigo-o até a barraca.

Algumas pessoas me esperam, e logo a moradora mostra uma quentinha, remédios e dois colchões que foram distribuídos pelo poder público ao longo desses seis meses após a enchente.


"Moro aqui com catorze pessoas e logo estará chegando mais uma. A comida é feita de qualquer maneira, as pessoas não tem respeito por nós. Sou hipertensa e recebo a mesma comida que todo mundo, falaram que iria ser diferente, mas não é. Demoro muito para receber meus remédios, isso é uma vergonha. Sem contar no calor que a gente passa aqui, como você está sentindo agora também. Temos que tomar banho em cinco minutos, é um banheiro pra cinco famílias." O calor nas barracas realmente é insuportável, nesse dia o clima estava mais ameno e mesmo assim o suor pingava.

Me despeço e sigo meu rumo para o canteiro de obras onde está sendo construída as primeiras casas para os desabrigados. No meio do caminho encontro umas pessoas pegando água em um reservatório nada limpo.

Essa água é pra beber? "É sim, mas não é muito boa não, tá suja."



Mais adiante encontro algumas mulheres lavando roupa em um riacho, pois o horário da água nas lavanderias já tinha acabado.



"Quando cortam a água lá em cima, a gente tem que vir pra cá. Não gosto daqui, essa água é podre, podemos pegar até germes." Afirma a lavadeira.

No canteiro de obras, procuro o responsável para saber sobre o andamento da do serviço. O porteiro faz contato com o mestre-de-obras, e o mesmo diz que pra falar tem que pedir autorização do engeheiro responsável. Não questiono, faço apenas alguns registros fotográficos.



As pessoas envolvidas no projeto de reconstrução das casas ainda se negam a prestar esclarecimentos. Será que os prazos serão cumpridos?

Por falta de tempo, não foi possível procurar o Prefeito de Murici, Sr. Remi Calheiros. O blog concede espaço para que o Poder Executivo de Murici se pronuncie, caso queira prestar algumas informações.

Outras imagens:







Agradeço ao povo acolhedor de Murici, pelas informações prestadas. Apesar de tanto sofrimento, o respeito e atenção estão estampados no rosto desse simples povo, que não perdem a esperança de voltar a morar em suas residências.

Uma pessoa importante nessa postagem, foi o Porfessor Fleming, que me deu apoio e me apresentou algumas pessoas em Murici para que o trabalho fosse concretizado. O mesmo, lançou uma campanha no twitter para que as pessoas doassem livros para a Biblioteca Municipal, afim de refazer o acervo perdido na enhente.

Espero que essas pessoas sejam ouvidas pelos órgãos competentes e tenham suas solicitações atendidas. Fui muito quesitonado sobre o Natal das crianças desse acampamento, portanto, quem quiser fazer algumas doações de brinquedos, dirijam-se ao acampamento e faça algumas crianças felizes.

Material de trabalho: Máquina fotográfica e gravador de áudio
Despesa com a viagem: R$12,00

Dallas Diego

CadernoB

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